" AS APARIÇÕES DE NOSSA SENHORA "




 " VOCE ESTÁ IMENSAMENTE EQUIVOCADO, SE CONSIDERA QUE OS ASSUNTOS DE DEUS SE ENCERRAM COM JOÃO EVANGELISTA.  ENTÃO, AS HISTÓRIAS DOS ÚLTIMOS SANTOS E SANTAS NÃO FORAM VERDADEIRAS.  SANTO AGOSTINHO AFIRMA ISTO, E MUITOS OUTROS SANTOS TAMBEM."       ( MADRE TERESA DE CALCUTÁ )


 " A APARIÇÃO E AS PROFECIAS DE LA SALETTE..."

O DIA 18 DE SETEMBRO

" No dia 18 de setembro, véspera da Santa Aparição da Santíssima Virgem, eu estava sozinha, como de costume, a guardar as quatro vacas dos meus patrões. Pelas 11 horas da manhã, vi dirigir-se em minha direção um rapazinho.  Ao vê-lo, temi porque me parecia que toda a gente devia saber que eu fugia a toda a espécie de companhias. Este rapazinho aproximou-se de mim e disse-me:   "Menina, venho para ficar contigo. Eu sou também de Corps."    Ao ouvir estas palavras, bem depressa se revelou a minha má tendência natural e, dando alguns passos atrás, disse lhe: "Não quero aqui ninguém, quero estar sozinha."  Afastei-me, mas o rapazinho seguiu-me dizendo: "Não, deixa-me ficar contigo.  O meu patrão disse-me para vir guardar as minhas vacas junto com as tuas; eu sou de Corps."    Eu afastei-me dele fazendo-lhe sinal que não queria ninguém.  E, depois de me ter afastado, sentei-me na relva e era aqui que eu costumava falar com as florinhas do Bom Deus.   Um instante depois, olhei para trás e deparei-me com o rapazinho, Maximino, sentado ao pé de mim.   Disse-me logo: "Deixa me ficar, que eu serei muito ajuizado."  Mas a minha tendência má não queria ouvir razões. Levantei-me precipitadamente e fui para mais longe sem lhe dizer nada, e pus-me a brincar com as flores do Bom Deus.  Passado um instante, lá estava outra vez Maximino a dizer me que seria muito ajuizado, que não falaria, que se aborreceria de estar sozinho e que o seu patrão o mandou para ao pé de mim, etc ... Desta vez tive pena, fiz-lhe sinal para se sentar, e eu continuei a brincar com as flores do Bom Deus.   Maximino não tardou muito a romper o silêncio, pôs-se a rir (eu pensei que ele troçava de mim); eu olhei-o e disse-me: " Vamos brincar, vamos fazer um jogo." Não lhe respondi nada, porque eu era tão ignorante que não percebia nada de jogos com outras pessoas, pois sempre estive sozinha.  Eu brincava sozinha com as flores, e Maximino, aproximando-se de mim, só dizia, rindo, que as flores não tinham orelhas para me ouvir e que nós devíamos jogar os dois.  Mas eu não tinha qualquer inclinação para o jogo que ele me dizia para fazermos.  Todavia pus-me a falar com ele e ele disse-me que os dez dias que deveria passar com o seu patrão iam terminar em breve e que depois iria para casa do pai, em Corps, etc.   Enquanto ele falava, o sino de La Salette tocou.  Era o Ângelus.  Fiz sinal a Maximino para elevar a sua alma a Deus.  Ele descobriu a cabeça e manteve-se em silêncio durante momentos.  Depois disse-lhe: "Queres almoçar?".  "Sim!" - disse-me.  ''Vamos'' . Sentamo-nos, tirei do saco as provisões que me tinha dado os meus patrões e, segundo o meu hábito, ante de começar a comer o meu pãozinho redondo, com a ponta da faca fiz uma cruz sobre o pão e no meio um buraco dizendo: "Se o diabo está aqui, que saia, e se o Bom Deus está aqui, que fique", e muito depressa, com a rapidez, cobri o pequeno orifício.  Maximino começou a rir -se a bandeiras despregadas e deu um pontapé no meu pão, que se escapou das minhas mãos, rolou pela montanha e se perdeu.  Eu tinha outro bocado de pão e nós comemo-lo juntos; depois brincamos a um jogo, depois, percebendo que o Maximino devia ter necessidade de comer, indiquei-lhe um lugar da montanha cheio de frutos pequenos. Incitei-o a ir e comer, o que ele fez imediatamente.  Comeu e trouxe o chapéu cheio deles. À noite descemos ambos da montanha, e prometemo-nos vir guardar as nossas vacas juntos ...  

O DIA 19 DE SETEMBRO



No dia seguinte, 19 de setembro, encontrei-me com Maximino no caminho. Subimos ambos a montanha. Achei que Maximino era muito bom, muito simples e que de boa vontade falava daquilo que eu queria falar. Era também muito dócil, não ficando muito apegado às suas convicções.  Só era um pouco curioso, porque quando me afastava dele, logo que me via parada, corria para o pé de mim para ver o que eu fazia e sentado ao pé de mim.  Para ver o que eu fazia e ouvir o que eu dizia às florinhas do Bom Deus. E se não conseguia chegar a tempo, perguntava-me o que eu tinha dito.  Maxirnino pediu-me para lhe ensinar um jogo.  A manhã estava avançada: eu disse-lhe para colher flores para fazer o "Paraíso".  Pusemo-nos ambos a trabalhar. Depressa reunimos uma boa quantidade de flores de diversas cores.  O Ângelus do sino da aldeia fez-se ouvir, porque estava bom tempo e não havia nuvens.  Depois de ter dito ao Bom Deus aquilo que sabíamos, disse a Maximino que devíamos conduzir nossas vacas ao lugar designado e depois tomamos uma pequena refeição.  Depois disso pusemo-nos a trazer pedras e a construir a nossa casinha, que consistia num rés-do-chão, que fazia de conta que era onde habitávamos, e de um andar por cima, que era, como dizíamos o Paraíso.  Este andar estava enfeitado com flores de diferentes cores.  Este "Paraíso" estava coberto por uma única laje, que tínhamos coberto de flores; e à volta tínhamos suspendidas coroas de flores.  Acabado de fazer o "Paraíso", contemplamos-lo; deu-nos o sono; afastamo-nos dele uns dois passos e adormecemos sobre a relva.

A GRANDE APARIÇÃO


Tendo acordado e não vendo as minhas vacas, chamei Maximino e subi o pequeno montículo.  Daí, vendo que as vacas estavam deitadas tranqüilamente, eu voltei a descer e Maximino subia, quando subitamente vi uma bela luz, mais brilhante que o sol, e quase nem tive tempo para dizer estas palavras: - "Maximino, vês aquilo lá embaixo? Ah!  Oh,meuDeus!" Ao mesmo tempo deixei cair o bordão que tinha na mão.  Não sei o que se passava em mim de delicioso neste momento, mas sentia-me atraída, e invadida por um respeito cheio de amor, e o meu coração desejaria correr mais depressa que eu para lá.  Eu olhei bem de frente e intensamente para esta luz que estava imóvel, e ela como que se abriu e vi uma  outra luz muito mais brilhante e que se movia.  No meio desta luz vi uma belíssima Senhora, que estava sentada em cima do nosso "Paraíso", com a face apoiada nas mãos.   
 

Esta Bela Senhora levantou-se, cruzou levemente os braços, e fixando-nos disse:   
“-  Aproximai-vos, Meus filhos,  não tenhais medo; estou aqui para vos anunciar uma grande notícia."   Estas suaves e doces palavras fizeram-me como que voar para ela e o meu coração quereria unir-se ao Seu para sempre. Tendo chegado muito perto da bela Senhora, diante dela, à sua direita, ela começou a falar e as lágrimas começaram também a correr dos Seus formosos olhos. 
  

" - Se o Meu povo não se quiser submeter, serei forçada a deixar cair a mão de Meu Filho. Ela é tão forte e tão pesada, que eu já não posso mais segurá-la. Há já muito tempo que sofro por vós!  Para que o Meu Filho não vos abandone, eu estou encarregada de Lhe orar incessantemente por vós.  E vós não fazeis caso.  Por mais que rezeis, por mais que rezeis, por mais que pratiqueis o bem, jamais podereis pagar o sofrimento que tomei e tenho sofrido por vós.  Eu dei-vos seis dias para trabalhar, mas reservei-me o sétimo e vós não mo quereis conceder.   E o que torna tão pesado o braço do Meu Filho.  Os que conduzem as carroças não sabem falar sem meter o Nome de Meu Filho no meio das conversas.  São as duas coisas que tornam pesado o braço do Meu Filho.  Se a colheita se estraga, a culpa é vossa.   O ano passado fiz com que vísseis isso com as batatas; não fizestes caso.   Ao contrário, quando víeis que estavam estragadas, praguejáveis e o Nome do Meu Filho era dito pelo meio.  Elas vão continuar a estragar-se, e pelo Natal não tereis batatas." (Neste ponto eu tentei interpretar a palavra "pommes de terre"; pensava que se tratava de maçãs. Mas a Bela Senhora adivinhou o meu pensamento e continuou assim):  " - Não compreendeis, Meus filhos? Vou-vos então falar de outro modo ... "   -  (Nota): Melânia e Maximino entendiam mal o francês.  Daí que a palavra pommes de terre suscitasse dúvidas a Melânia.  Efetivamente, pommes significà maçãs, mas pommes de terre significa batatas.  A Senhora continuou o seu discurso em patois, dialeto daquela região, que as crianças compreendiam e falavam perfeitamente. A Senhora retomou o discurso em patois no ponto onde se tinha gerado a confusão, e começou:  "  -    Se a colheita se estraga ...  e pelo Natal não tereis batatas."   Nossa Senhora continuou: " - Se tiverdes trigo, não o semeeis.  Tudo o que semeardes será comido pelo animais, e o que ficar converter-se-á em poeira quando o malhardes.  Virá uma grande fome.  Antes de vir a fome, as crianças com menos de sete anos, adoecerão com umas tremuras e morrerão nas mãos de quem as leve. As outras pessoas farão penitência pela fome.  As nozes não prestarão e as uvas apodrecerão."  -  Aqui, a Bela Senhora que me cativava, esteve um momento sem fazer ouvir a sua voz.  Eu via, contudo, que Ela falava, porque movia graciosamente os seus amáveis lábios.  Maximino recebia então o seu Segredo.  Depois, dirigindo-se a mim, a Santíssima Virgem falou-me e deu-me um Segredo em francês.   Esse Segredo, ei-lo aqui, completo, tal qual Ela mo deu.  
 ". Melânia, o que eu te vou dizer agora, não será um segredo para sempre. Tu podes publicá-Lo em 1858.

O SEGREDO DE LA SALETTE.



1) Os sacerdotes, ministros de Meu Filho, por causa da sua má vida, pelas suas irreverências e pela sua impiedade ao celebrar os Santos Mistérios, pelo amor ao dinheiro, amor às honras e aos prazeres, os sacerdotes converteram-se em cloacas de impureza. Sim, os sacerdotes provocam a VINGANÇA, e a VINGANÇA pende sobre as suas cabeças.

2) Ai dos sacerdotes e pessoas consagradas a Deus, que pelas suas infidelidades e más vidas, crucificam Meu Filho de novo!   Os pecados das pessoas consagradas a Deus clamam ao Céu e atraem a vingança, e eis que a vingança está às suas portas, porque já não se encontra ninguém para implorar misericórdia e perdão para o povo.  Já não há almas generosas, já não há ninguém digno de oferecer a Vítima sem mancha ao Eterno, pelo mundo.  Deus vai castigar de uma maneira sem precedentes.  Ai dos habitantes da terra!  Deus vai esgotar a Sua cólera e ninguém poderá fugir a tantos males juntos.

3) Os chefes, os condutores do povo de Deus, descuraram a oração e a penitência, e o demônio obscureceu as suas inteligências.  Tornaram-se naquelas estrelas errantes, que a antiga serpente arrastará com a sua cauda para os fazer perecer.  Deus permitirá que a antiga serpente ponha divisões entre os soberanos, em todas as sociedades e em todas as famílias. Sofrer-se-ão penas físicas e morais. Deus abandonará os homens a si mesmos e enviará castigo que hão de suceder durante mais de trinta e cinco anos.

4) A sociedade está nas vésperas das mais terríveis calamidades e dos maiores acontecimentos.  Deverá esperar vir a ser governada com vara de ferro e beber o cálice da cólera de Deus.

5) Que o Vigário de Meu Filho, o Sumo Pontífice Pio IX, não saia de Roma depois de 1859; mas que seja firme e generoso, que combata com as armas da fé e do amor.  Eu estarei com ele.

6) Que desconfie de Napoleão; o seu coração é falso e quando ele quiser ser ao mesmo tempo, Papa e Imperador, depressa Deus se retirará dele: ele é aquela águia que, querendo sempre subir mais alto, cairá sobre a espada de que se queria servir para obrigar os povos à submissão.

7) A Itália será castigada pela sua ambição, por querer sacudir o jugo do Senhor dos senhores; também ela será entregue à guerra.  O Sangue correrá por ; todo o lado; as Igrejas serão fechadas ou profanadas; os sacerdotes e religiosos serão perseguidos; fa-los-ão morrer, e morrer de morte cruel.  Muitos abandonarão a fé, e o número dos sacerdotes e religiosos que apostatarão da religião será grande; entre estes encontrar-se-ão até mesmo bispos.

8) Que o Papa se acautele contra ,.os fazedores de milagres, porque chegou o tempo em que se hão de operar os mais  espantosos prodígios na terra e no mar.

9) No ano de 1864, serão desencadeados do Inferno Lúcifer com um grande número de demônios: eles abolirão a fé pouco a pouco, mesmo nas pessoas consagradas a Deus.   Cegá-las-ão de tal forma que, salvo por graça particular, essas pessoas tomarão o espírito desses anjos maus.  Muitas casas religiosas perderão completamente a fé e perder-se-ão muitas almas.

10) Os livros maus abundarão na terra e os espíritos das trevas espalharão por toda a parte um relaxamento ,universal por tudo o que seja serviço de Deus; e terão um grandíssimo poder sobre a natureza.  Haverá igrejas

dedicadas ao culto desses espíritos.   Certas pessoas serão transportadas de um a outro lugar por esses maus espíritos, e até sacerdotes, porque eles não serão conduzidos pelo bom espírito  do evangelho, que é um espírito de humildade, de caridade e de zelo pela glória de Deus.

11) Far-se-á ressuscitar mortos e justos ( isto é, estes mortos tomarão a 'aparência das almas justas, que  viveram na terra, para melhor seduzir os homens.  "Estes ditos mortos ressuscitados, não :serão mais que o demônio sob as suas figuras, e pregarão outro evangelho contrário ao do verdadeiro Cristo Jesus, negando quer a existência do Céu, quer ainda a existência das almas dos condenados.  Todas estas almas aparecerão como que unidas aos seus corpos).  E ver-se-á por toda a parte prodígios extraordinários, porque a fé 'verdadeira se extinguiu e a falsa luz ilumina o mundo.   Ai dos príncipes da Igreja que se tenham apenas dedicado a acumular riquezas, a salvaguardar a sua autoridade e a dominar com orgulho!

12) O Vigário do Meu Filho terá muito que sofrer, porque por um tempo a Igreja será' entregue  a grandes perseguições: será o tempo das trevas.   A Igreja terá uma crise medonha.

13) Esquecida a santa fé de Deus, cada indivíduo quererá governar-se por 'si mesmo e ser superior aos seus semelhantes.   Abolir-se-ão os poderes civis e eclesiásticos, toda a ordem e justiça serão calcadas aos pés.   Só se verão homicídios, ódios, inveja, mentira e discórdia, sem amor pela pátria e nem pela família.

14) O Santo Padre sofrerá muito. Estarei com ele, até o fim, 'para receber o seu sacrifício. Os malvados atentarão muitas vezes contra a sua vida, sem poder por fim aos seus dias; mas nem ele, nem o seu sucessor - ( que não reinará muito tempo) - verão o triunfo da Igreja de Deus.

15) Os governantes civis terão todos o mesmo plano, que será abolir e fazer desaparecer todo o principio religioso, para dar lugar ao materialismo, ao ateísmo, ao espiritismo e a toda a espécie de vícios.

16) No ano de 1865 ver-se-á abominação nos lugares santos.  Nos conventos, as flores da Igreja estarão putrefatas, e o demônio converter-se-á no rei dos corações.    Que os que estão à frente das comunidades religiosas vigiem as pessoas que hão de receber, porque o demônio usará de toda a sua malícia para introduzir nas ordens religiosas pessoas dadas ao pecado, pois as desordens e o amor aos prazeres estarão espalhados por toda a terra.

17) A França, a Itália, a Espanha e a Inglaterra estarão em guerra; o sangue correrá pelas ruas; o francês lutará contra o francês, o italiano contra o italiano, e depois haverá uma guerra geral, que será medonha.   Por um tempo, Deus esquecer-se-á da França e da Itália, porque o Evangelho de Jesus Cristo já não é conhecido.   Os malvados desenvolverão toda a sua malícia; os homens hão de matar-se e assassinar-se, até dentro das casas.

18) Ao primeiro golpe da sua espada fulminante, as montanhas e a natureza inteira estremecerão de espanto, porque as desordens e os crimes dos homens trespassam a abóboda do Céu.  Paris será queimada e Marselha engolida.   Várias cidades grandes serão abaladas e soterradas por terremotos.  Julgar-se-á tudo perdido. Não se verá mais que homicídios,  não se ouvirá senão os ruídos das armas e blasfêmias.  Os justos sofrerão muito; as suas orações, a sua penitência e as suas lágrimas, subirão ao Céu e todo o povo de Deus pedirá perdão e misericórdia, e implorará a minha ajuda e intercessão.

19) Então, Jesus Cristo, por um ato da Sua Justiça e da Sua Misericórdia para com os justos, mandará os Seus anjos dar morte a todos os Seus inimigos. Num abrir e fechar de olhos, os perseguidores da Igreja de Jesus Cristo e todos os homens escravos do pecado, perecerão, e a terra ficará como um deserto.

20) Então far-se-á a paz, a reconciliação de Deus com os homens. Jesus Cristo será servido, adorado e glorificado. A caridade florescerá por toda a parte. Os novos reis serão o braço direito da Santa Igreja, que será forte, humilde e piedosa, pobre, zelosa e imitadora das virtudes de Jesus Cristo. O Evangelho será pregado por toda a parte e os homens farão grandes progressos na fé, porque haverá unidade entre os obreiros de JESUS CRISTO,e  porque os homens viverão no temor de Deus.

21) Esta paz entre os homens não será longa: 25 anos de abundantes colheitas farão esquecer que os pecados dos homens são a causa de todos os males que sucedem à terra.

22) Um precursor do Anticristo, com um exército composto de muitas nações, combaterá o verdadeiro Cristo, o único Salvador do mundo; derramará muito sangue e pretenderá aniquilar o culto de Deus para que se considere a ele como Deus.

23) A terra será castigada com toda à espécie de pragas ( além da peste e da fome, que serão gerais ): haverá guerras, até à última, que será feita então pelos dez reis aliados do Anticristo, que terão todos os mesmo desígnio e serão os únicos a governar o mundo.

24) Antes que isso aconteça, haverá no mundo uma espécie de falsa paz.   Não se pensará senão em divertimentos.   Os malvados entregar-se-ão a todo o gênero de pecados.   Mas os filhos da Santa Igreja, os filhos da fé, os Meus verdadeiros imitadores, crescerão no amor de Deus e nas virtudes que mais queridas Me são.   Ditosas as ,almas humildes, dirigidas pelo Espírito Santo!   Eu combaterei com elas até chegarem à plenitude dos tempos.

25) A natureza clama por vingança contra os homens e treme de medo à espera do que deve acontecer à Terra, empapada de crimes. Tremei, ó Terra, e vós que fazeis profissão de servir Jesus Cristo, e que, dentro de vós, vos adorais a vós mesmos ... Tremei, porque Deus vos vai entregar ao seu inimigo, porque os lugares santos estão na corrupção, muitos conventos já não são casas de Deus, mas pastos de Asmodeu e dos seus.

26) Será durante este tempo que nascerá o Anticristo, duma religiosa hebraica, duma falsa virgem, que terá comunicação com a antiga serpente, o mestre da impureza.  O seu pai será bispo.  À nascença, vomitará blasfêmias, terá dentes, numa palavra, será uma encarnação do Diabo.  Soltará gritos medonhos, fará prodígios e só se alimentará de impurezas.  Terá irmãos que, embora não sendo como ele diabos encarnados, serão filhos do mal.  Aos doze anos chamarão a atenção pelas rudes vitórias que alcançarão.  Bem depressa se colocarão à frente de grandes exércitos, assistidos por legiões do inferno.

27) As estações mudarão.  A Terra só produzirá maus frutos.  Os astros perderão os seus movimentos regulares. A lua só refletirá uma débil luz avermelhada.  A água e o fogo imprimirão ao globo da Terra movimentos convulsivos e horríveis terremotos que tragarão montanhas e cidades inteiras ...

28) Roma perderá a fé e converter-se-á na sede o Anticristo. 

29) Os demônios do ar farão, com o Anticristo, grandes prodígios na Terra e nos ares, e os homens perverter-se-ão cada vez mais.  Deus cuidará dos Seus fiéis servidores e dos homens de boa vontade.  O Evangelho será pregado por toda a parte e todos os povos e todas as nações conhecerão a verdade.

30) Eu dirijo um urgente apelo à Terra: chamo os verdadeiros discípulos do Deus Vivo, que reina nos Céus; chamo os verdadeiros imitadores de Cristo feito homem, o único e verdadeiro Salvador dos homens; chamo os Meus filhos, os Meus verdadeiros devotos, os que se deram à Mim, para que Eu os conduza ao Meu Divino Filho...  aqueles que Eu levo, por assim dizer, nos Meus braços; chamo os que viveram do Meu espírito; chamo, enfim, os Apóstolos dos Últimos Tempos, os fiéis discípulos de Jesus Cristo, que viveram no desprezo do mundo e de si próprios, na pobreza e na humildade, no desprezo e no silêncio, na oração e na mortificação, na castidade e na união com Deus, no sofrimento, e desconhecidos do mundo.   Já é hora que saiam e venham iluminar a terra.  Ide e mostrai-vos como Meus filhos queridos. Estou convosco e em vós, desde que a vossa fé seja a Luz que vos ilumine nesses dias de infortúnio.   Que o vosso zelo vos torne como que famintos da glória e da honra de Jesus Cristo.   Combatei, filhos da luz, vós, pequeno número que ainda tendes vista; porque chegou o tempo dos tempos, o fim dos fins.

31) A Igreja será eclipsada, o mundo estará em aflição.  Mas eis que chegam Enoch e Elias, cheios do Espírito de Deus; eles pregarão com a força de Deus e os homens de boa vontade acreditarão em Deus e muitas almas serão consoladas.  Farão grandes, progressos pela virtude do Espírito Santo e condenarão os erros diabólicos do Anticristo.

32) Ai dos habitantes da Terra!  Virão guerras sangrentas e fomes, pestes e enfermidades contagiosas; chuvas de uma horrorosa saraivada de animais, que abalarão cidades, terremotos que engolirão países; ouvir-se-ão vozes no ar; os homens baterão com a cabeça nos muros, chamarão a morte e, por outro lado, a morte será o seu suplício. Correrá o sangue por toda a parte.  Quem poderá vencer, se Deus não diminuir o tempo da prova?  Pelo sangue, as lágrimas e as orações dos justos, Deus deixar-se-á aplacar.  Enoch e Elias serão martirizados. Roma pagã desaparecerá.  Cairá fogo do Céu e consumirá três cidades.  Todo o universo será preso de terror e muitos deixar-se-ão seduzir porque não adoraram o verdadeiro Cristo, que vivia entre eles. Chegou o tempo, o sol escurece; só a fé viverá.

33) Eis o tempo; abre-se o abismo.  Eis o rei dos reis das trevas. Eis a besta com os seus súditos, dizendo-se o salvador do mundo.  Elevar-se-á com soberba, pelos ares, para subir até o Céu; será precipitado pelo sopro de São Miguel Arcanjo. Cairá, e a Terra, que estava há três dias em contínuas evoluções, abrirá o seu seio, cheio de fogo, e ele será precipitado para sempre com todos os seus nos abismos eternos do inferno.

34) Então, a água e o fogo purificação a terra e consumirão todas as obras do orgulho dos homens e tudo será renovado: Deus será servido e glorificado.



(MELÂNIA) "- Depois, a Virgem deu-me, também em francês, a Regra de uma Nova Ordem Religiosa (trata-se da Ordem dos Apóstolos dos Últimos Tempos).  Depois de me ter dado a Regra dessa nova Ordem Religiosa, a Santíssima Virgem continuou assim o seu discurso:”  " - Se eles se convertessem, as pedras e as rochas converter-se-iam em trigo e as batatas encontrar-se-iam semeadas pelas terras...  Fazeis bem a vossa oração, Meus filhos?"  Nós respondemos ambos: “- Oh não, Minha Senhora! Não muito...”       " - Ah, Meus filhos, é preciso fazê-la bem, à noite e pela manhã. Quando não puderdes fazer melhor, dizei um Pai Nosso e uma Ave Maria; e quando tiverdes tempo e quando puderdes fazer melhor, rezareis mais.  À Missa, não vão mais que algumas mulheres velhas; as outras pessoas trabalham ao Domingo durante o Verão, e, no Inverno, quando não sabem o que hão de fazer, só vão à Missa para fazerem zombarias da religião.  Na Quaresma, vão ao açougue como cães.   Não vistes o trigo estragado, Meus filhos?"   Respondemos ambos:  " - Óh, não, Senhora!"

A Virgem dirigiu-se a Maximino:  " - Mas tu, Meu filho, tu deves ter visto isso bem, uma vez, para os lados de Coin, com o teu pai.  O homem da Quinta disse a teu pai: " Vinde ver como o trigo se estraga! " E vós fostes.  O teu pai agarrou duas ou três espigas na mão, esfregou-as e elas tornaram-se em pó.  Depois, no regresso, quando estáveis a menos de meia-hora de Corps, o teu pai deu-te um bocado de pão e disse-te: " Toma, filho, come este ano, porque eu não sei quem comerá no ano que vem, se o trigo se estragar como aquele. " Maximino respondeu: " - É verdade, Senhora, eu não me lembrava!”  



 A Santíssima virgem terminou seu discurso em Frances: " -  Pois bem, Meus filhos, transmitireis isto a todo o Meu povo." A Bela Senhora atravessou o regato, sem se voltar para nós que A seguíamos ( porque Ela atraía pelo seu resplendor e ainda mais pela sua bondade que me embriagava. Que me parecia derreter o coração ) e disse-nos ainda: “ Pois bem, Meus filhos, dai-o conhecer a todo o Meu povo."  Depois, Ela continuou a andar até o lugar onde eu tinha subido para ver as nossas vacas.  Os Seus pés só tocavam a ponta da relva, sem a fazer dobrar-se.  Ao chegar ao cimo desse pequeno montículo, a Bela Senhora parou, e eu pus-me rapidamente na sua frente, para A contemplar bem e para tentar descobrir o caminho que ela iria escolher, porque eu tinha-me esquecido já das vacas e dos patrões a quem servia.  Eu tinha-me ligado para sempre e sem condições à Minha Senhora; sim, eu não queria separar-me dela nunca; segui-a sem pensamentos reservados com a disposição de A servir enquanto durasse a minha vida.  Com a minha Senhora creio que esqueci o "paraíso"; só alimentava o pensamento de a servir bem em tudo e pensava que poderia fazer tudo aquilo que Ela me mandasse fazer, porque me parecia que Ela tinha muito poder.  Ela olhava-me com uma terna bondade que me atraía. Eu quereria, de olhos fechados, atirar-me para os seus braços.  Ela não me deu tempo de o fazer. Elevou-se insensivelmente da terra à altura de cerca de um metro e pouco e ficou assim suspendida no ar um instante.  A minha Bela Senhora olhou o Céu, depois a terra à direita e à esquerda, depois olhou-me com olhos tão doces, tão amáveis e tão bons, que me parecia que Ela me atraía ao Seu interior e que os meu coração se abria ao seu. E enquanto o meu coração de fundia numa doce dilatação, a Bela figura da minha boa Senhora desaparecia pouco a pouco.  Parecia-me que a luz em movimento se multiplicava, ou melhor, se condensava à volta da Santíssima Virgem, para me impedir de A ver mais tempo.  Deste modo, a luz tomava o lugar das partes do corpo que iam desaparecendo diante dos meus olhos; ou melhor, dava a impressão de que o corpo da minha Senhora se transformava em luz, fundindo-se nela. Assim, a luz, em forma de globo, elevava-se suavemente em linha reta.  Não posso dizer se o volume de luz diminuía à medida que Ela se elevava ou se era o afastamento que me fazia ver a diminuição de luz à medida que Ela se elevava; o que eu sei é que eu fiquei com a cabeça levantada e com os olhos fixos na luz, mesmo depois desta luz, que se ia sempre afastando e diminuindo de volume, acabar por desaparecer. Quando os meus olhos deixaram de fitar o Céu, olhei à minha volta, e vi Maximino que olhava para mim.  Disse-lhe: "Mémin, isto deve ter sido o bom Deus de meu pai, ou a Santíssima Virgem, ou alguma grande santa." E Maximino, pondo a mão no ar exclamou: "Ah, se eu tivesse sabido!”